Aumenta índice de ataques a jornalistas no Brasil

Escrito em 14/04/2023
AlunosJOR Jornalismo UFSC

por  Francisco Neves, Jota Ferreira, Lucas Campos e Matheus Welter


Crescimento acentuado da violência contra jornalistas nos últimos seis anos preocupa especialistas na área


Crédito: MSN MALAYSIA



A perseguição aos jornalistas tornou-se frequente no Brasil nos últimos anos, com diversas ocorrências de profissionais que sofreram censura, processos jurídicos, além de violências psicológicas e físicas. O levantamento publicado em agosto de 2022 da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) mostra um crescimento de 69,2% dos casos de hostilidade grave a comunicadores em comparação ao ano anterior. Esse fato foi vivenciado pelo repórter Stevão Limana e seus companheiros da emissora NDTV, que foram agredidos em novembro do ano passado por um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro durante uma cobertura de manifestações na BR-470 (SC). Os manifestantes interromperam as gravações, exigindo que os jornalistas se retirassem do local.


Crédito: NDTV

O comportamento do grupo materializa o retrato da carreira jornalística, afirma a jornalista Samira de Castro, atual presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). A entrevistada enfatizou o aumento da violência nos últimos anos e como a classe profissional convive com o medo em meio à realidade.


Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil



Fonte: Relatórios Anuais de Violência contra Jornalistas da Fenaj


A presidenta ainda falou sobre os modos pelos quais essas violências se manifestam e a subida exponencial no número de casos nos últimos seis anos, principalmente no último governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para ela, a prevenção aos ataques parte de mapear como eles ocorrem e vincular a solução para cada um deles. 



Fonte: Fenaj

Samira destaca providências a serem tomadas pelos profissionais da área em meio a situações de violência. É importante informar sindicatos e empresas de comunicação, para que as próprias empresas possam auxiliar seus empregados. 


A abordagem feita pelo jornalista varia com o caso, tal como declara Stevão em sua ocorrência, pois os processos jurídicos mudam de acordo com a gravidade da situação.


A presidenta da FENAJ fortalece em seu discurso a relevância social do jornalismo e pede ao governo e autoridades públicas que valorizem esses profissionais. Samira reitera que o futuro da profissão depende da colaboração entre jornalistas e Estado para a manutenção da liberdade de imprensa no Brasil.